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    Stella: Vítima e Culpada é um filme baseado em uma história real. Stella é uma jovem judia alemã que sonha em ser cantora de jazz durante o regime nazista. Após ser capturada pela Gestapo em 1943, ela aceita trair outros judeus para salvar a própria família da deportação para Auschwitz.

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    O filme começa mostrando um pouco da vida de Stella — com seu namorado, família, o medo do nazismo e sua paixão pelo jazz, uma profissão que ela leva muito a sério. Embora o início do filme seja glamouroso e brilhante, ele se desenrola de maneira trágica e sombria, acompanhando a transformação da protagonista.

    Enquanto os judeus ao seu redor demonstram preocupação com o que pode acontecer, Stella parece mais despreocupada. Afinal, como ela mesma diz, “não se parece com uma judia”. Isso se reflete na falta de empatia por um amigo da banda que perdeu o pai para o nazismo — e esse é um ponto importante a se destacar na maneira como ela se comporta ao longo do filme.

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    Stella realmente só começa a se preocupar com o nazismo quando ela e sua família são atingidas diretamente. De repente, a vida de glamour e atenção da protagonista é substituída pela sujeira e negligência de uma fábrica.

    O longa-metragem tenta mostrar todos os horrores de uma época que a história não deve deixar esquecer, para que nunca se repita. Desde o preconceito até as torturas, não existem cenas fáceis de assistir. E o filme também leva o público a sentir grande simpatia por Stella.

    Paula Beer como Stella Goldschlag em Stella: Vítima e Culpada (Reprodução / Mares Filmes)

    Stella ganha ainda mais força quando se une a um grupo que ajuda outros judeus — seja com abrigo, rede de contatos, dinheiro ou documentos falsos que ajudam a fugir da guerra ou garantir mais um dia de vida. Mas é nesse momento que a protagonista também revela seu lado menos empático, mostrando que fará tudo para sobreviver.

    O ponto de virada na história de Stella é quando ela é capturada e torturada para entregar o paradeiro de outros judeus. O medo de morrer — e de ver sua família morta — faz com que Stella aceite fazer um “acordo com o diabo” para sobreviver, passando informações sobre os judeus que conhece.

    A partir daí, uma linha é cruzada. Toda a simpatia construída ao longo do filme por Stella começa a se desfazer, pois ela passa a ser capaz de cometer atrocidades para continuar viva.

    O filme entra em um território que divide opiniões: trair o próprio povo para sobreviver é justificável? O que você faria para se manter vivo, mesmo diante de uma promessa vazia?

    Stella tem uma chance de sair desse dilema, mas por algum motivo acaba permanecendo nele. Ela se torna inimiga do próprio povo. Sem amigos de nenhum lado, resta apenas ela por si mesma, tentando sobreviver sozinha — o que a torna cada vez mais fria e egoísta. Essa frieza acaba se transformando em sua armadura protetora.

    O filme faz um resumo da vida de Stella até o dia de sua morte, e levanta questões como: ela teve o julgamento que merecia? Como foi conviver com as lembranças de tempos tão sombrios?

    Paula Beer como Stella Goldschlag em Stella: Vítima e Culpada (Reprodução / Mares Filmes)

    A atuação de Paula Beer como Stella Goldschlag é impressionante. Ela consegue transmitir, através de expressões sutis, tudo o que a protagonista está sentindo — mesmo quando são emoções confusas. Isso se intensifica ainda mais nos closes de seus olhos.

    Se você gosta de histórias intensas, dramas históricos e tramas que fazem refletir sobre o que é certo ou errado e os limites da moralidade, Stella: Vítima e Culpada é, sem dúvida, um filme que vale a pena assistir.

    Com distribuição da Mares Filmes, Stella: Vítima e Culpada está em exibição nos cinemas São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Londrina, Caxias do Sul, Vitória, Recife, Salvador e Fortaleza.

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    Formado em psicologia e administração, fiz também curso de desenho. Gosto de escrever sobre jogos, filmes e séries, com um amor especial por animações, monstros e super-heróis.