Anúncios

    Coração de Ferro chegou ao Disney+ cercada de dúvidas, mas surpreende ao evoluir de um começo fraco para um final marcante. A série acompanha Riri Williams lidando com a dor da perda e encontrando força na amizade com uma IA baseada em sua melhor amiga.

    Anúncios


    A trama ganha força ao introduzir magia e o vilão Mefisto, trazendo emoção e tensão. Apesar de problemas como roteiro repetitivo e críticas sociais pouco exploradas, a produção se destaca pelo desenvolvimento da protagonista, cenas de ação e sensibilidade emocional. Uma série que mostra que até projetos desacreditados podem brilhar.

    Dominique Thorne como Riri Williams em Coração de Ferro (Reprodução / Marvel Studios)

    De promissora decepção a surpresa emocionante: Coração de Ferro encontra sua voz ao misturar luto, magia e coração no MCU

    Depois de quase três anos guardada pela Marvel Studios, Coração de Ferro finalmente chegou ao Disney+ e, para surpresa de muitos, não é o desastre que muita gente esperava. A série da jovem Riri Williams começa com dificuldades, mas vai melhorando a cada episódio até entregar um final emocionante, que está entre os melhores da Marvel na TV.

    Anúncios


    O primeiro episódio é bem bagunçado: tem muita explicação sem necessidade, o ritmo é confuso e a introdução da personagem principal não funciona direito. Mas, do segundo episódio em diante, a série se acerta. Ela ganha foco e mais emoção. Aquilo que parecia uma série fraca e sem graça acaba se mostrando uma história com alma.

    Anthony Ramos como O Capuz em Coração de Ferro (Reprodução / Disney+)

    O grande destaque é Dominique Thorne, que interpreta Riri de forma realista e sensível. Sua história não é sobre virar um novo Homem de Ferro, mas sim sobre como enfrentar a dor da perda e aprender a seguir em frente. A armadura que ela constrói vira uma forma de se proteger do mundo e da tristeza. E a amizade com Natalie (Lyric Ross), sua melhor amiga que agora vive como uma inteligência artificial, é o que dá mais força à trama — mais até do que as cenas de ação.

    Na segunda metade da temporada, a série surpreende ao aprofundar no tema de magia na história. Riri conhece Zelma (Regan Aliyah), uma jovem bruxa filha de uma antiga mestra de Kamar-Taj (onde treinou o Doutor Estranho).

    Alden Ehrenreich como Ezekiel Stane em Coração de Ferro (Reprodução / Disney+)

    Com isso, a armadura de Riri ganha poderes mágicos, e o temido Mefisto finalmente aparece, vivido por Sacha Baron Cohen. Ele é um vilão poderoso e misterioso, que tenta seduzir Riri com promessas mágicas. O pacto entre eles encerra a temporada de forma impactante e cheia de suspense. Riri vence, mas o preço que ela paga é alto.

    Quanto a Parker Robbins, vivido por Anthony Ramos, ele continua como um vilão superficial que apenas serviu de marionete para outro maior. Sua história de fundo é clichê e serve de contraponto para a história de Riri, enquanto o primeiro teve o desprezo da família, a segunda encontra força nela.

    Já o Ezekiel Stane de Alden Ehrenreich continua um grande mistério sobre seu futuro. Sabe-se que ele não quer seguir o legado maligno de seu pai, mas com o grande poder que ele conquistou, será que ele continuará bom por muito tampo sabendo que ele é mal visto por todos?

    Sacha Baron Cohen como Mefisto em Coração de Ferro (Reprodução / Disney+)

    Mesmo com tantos acertos, Coração de Ferro tem seus problemas. O roteiro às vezes repete demais as falas, como se tivesse medo de que o público estivesse distraído. E as críticas sociais — como racismo e desigualdade — aparecem só de leve, sem muita profundidade. Além disso, o episódio inicial fraco pode fazer muita gente desistir da série cedo demais.

    O que faz Coração de Ferro valer a pena é o conjunto: personagens bem construídos, ação na medida certa e uma abordagem sincera sobre sentimentos como dor e perda. Não é uma revolução no universo Marvel, mas mostra que, mesmo os projetos mais duvidosos, podem surpreender quando são feitos com carinho, coragem e um toque de magia.

    Coração de Ferro começa mal, mas cresce e emociona. Uma história sobre luto, escolhas difíceis e redenção, com uma heroína interessante e um vilão à altura. Tomara que a Marvel não deixe essa faísca se apagar.

    Compartilhe

    Formado em psicologia e administração, fiz também curso de desenho. Gosto de escrever sobre jogos, filmes e séries, com um amor especial por animações, monstros e super-heróis.