Os três primeiros episódios de Coração de Ferro já estão disponíveis no Disney+. Esses episódios procuram apresentar com mais detalhes quem é Riri Williams, interpretada por Dominique Thorne — uma jovem genial que cria uma armadura semelhante à do Homem de Ferro e espera usá-la para fazer o bem à humanidade.
A história da série se passa logo após os eventos de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, dirigido por Ryan Coogler, onde Riri foi apresentada ao público. A produção da Marvel mostra a protagonista lidando com questões estudantis, embora sua inteligência e ideias estejam muito além do que uma universidade pode oferecer.
Apresentando os personagens
O primeiro episódio detalha as dificuldades enfrentadas por Riri, que, sem recursos financeiros, deseja usar sua tecnologia para ajudar pessoas — como, por exemplo, reduzindo o tempo de resgate em acidentes.
Os minutos iniciais da série trazem uma boa crítica social, destacando como o dinheiro facilita muitas coisas. Mesmo sendo fã do Homem de Ferro, Riri tem consciência de que Tony Stark só se tornou grandioso não apenas por suas ações como herói, mas principalmente por causa de sua fortuna.
O episódio de estreia também introduz Parker Robbins, o vilão conhecido como O Capuz, vivido por Anthony Ramos. Ele lidera uma equipe que realiza missões perigosas e ilegais contra milionários, alegando agir em benefício próprio e também da sociedade. O grupo é formado por pessoas marginalizadas, que enfrentam preconceito e exclusão.
Esses personagens, apesar de talentosos, tiveram seus sonhos interrompidos por dificuldades sociais. Essa realidade pode ecoar em muitos espectadores que também tiveram que abrir mão de seus talentos para sobreviver.
Criadora vs. Criação
O segundo episódio começa exatamente onde o primeiro termina, com Riri surpresa ao conhecer Natalie (Lyric Ross), a inteligência artificial que ela mesma criou como assistente — e que, misteriosamente, assume a aparência e traços da melhor amiga de Riri, falecida tragicamente.
Inicialmente, Riri não entende nem aceita como sua IA ganhou forma tão semelhante à amiga. A partir daí, a série começa a explorar o passado da protagonista por meio de flashbacks curtos, que pouco explicam e não chegam a ser emocionantes.
Com o tempo, Natalie conquista a confiança de Riri e as duas passam a trabalhar juntas. Em meio a tantas tramas densas, a IA funciona como um alívio — não exatamente cômico, mas o suficiente para aliviar o tom.
Natalie se comporta como uma jovem típica de vinte e poucos anos. Por isso, tem muito mais personalidade do que outras inteligências artificiais vistas no MCU, como J.A.R.V.I.S. ou Sexta-Feira, criadas por Tony Stark, ou Griot, desenvolvido por Shuri.
Este episódio também apresenta Joe McGillicuddy, interpretado por Alden Ehrenreich — um homem fascinado por tecnologia e que também deseja mudar o mundo. Apesar de tímido e inseguro, um conselho de Riri faz com que ele comece a se transformar.
Será interessante acompanhar o desenvolvimento de Joe, já que ele tem um passado diretamente conectado ao Homem de Ferro. Até o momento, não está claro se ele se tornará um herói ou um vilão.
Tudo desmorona
O terceiro episódio de Coração de Ferro eleva as tensões, preparando o terreno para as reviravoltas nos próximos capítulos. A equipe de Parker começa a se fragmentar, especialmente quando ele demonstra ser muito mais perigoso do que aparentava.
A capa usada por Parker também ganha destaque, mostrando ter uma influência sinistra sobre seu usuário. É possível que vejamos um grande conflito interno nele — entre rejeitar ou aceitar totalmente seu lado vilanesco.
Por sua vez, Riri começa a tomar atitudes com consequências não apenas para ela, mas para todos ao seu redor. A jovem demonstra ter crises de ansiedade, o que impacta tanto suas decisões quanto o funcionamento de Natalie. Isso indica que a parceria entre as duas precisará se fortalecer ainda mais nos próximos desafios.
Visão geral
Coração de Ferro pode não ser a produção mais ousada da Marvel, e até o momento não demonstra ter o impacto de séries como WandaVision, Gavião Arqueiro ou Cavaleiro da Lua.
A série se aproxima do tom de Ms. Marvel, porém com uma abordagem menos infantil. Há ainda semelhanças com a animação Garota da Lua e Dinossauro Demônio, que também explora a vida e cultura de bairros majoritariamente negros, com forte influência do hip hop.
A série também faz diversas referências ao mundo pop, com menções a Star Wars (franquia da qual Alden Ehrenreich participou), Star Trek, Pequenos Espiões e até Bonnie e Clyde.
Até aqui, Coração de Ferro oferece uma trama interessante, com personagens em construção e muitos caminhos possíveis. Um ponto positivo é que não é necessário ter um grande conhecimento do MCU para acompanhar a história. Resta agora descobrir o que os episódios restantes nos reservam.
Formado em psicologia e administração, fiz também curso de desenho. Gosto de escrever sobre jogos, filmes e séries, com um amor especial por animações, monstros e super-heróis.
